Plano de Aula

Planos detalhados com foco em conceitos afro-brasileiros.

Aqui você encontra planos de aula detalhados focados em temas afro-brasileiros, com metodologia acessível e adaptada.

Desenvolvemos planos que incluem tema, disciplina, objetivos e adaptações para recursos limitados, valorizando a cultura afro-brasileira.

Título da Aula: Farinha o sabor da nossa terra: Brotando das raízes do engenho para nossa mesa.

Elaborado pelas acadêmicas: Jucimara Suzarte, Jurimar Suzarte, Marcia C. Rosário

Plano de aula

Título: Farinha o sabor da nossa terra: Brotando das raízes do engenho para nossa mesa.

Disciplina: Saberes e fazeres, Linguagens, Ciências humanas.

Público-alvo: 9 ao Ensino médio

Objetivo de Aprendizagem :

Compreender e reconhecer o engenho de farinha como um espaço de saberes, trabalho e memória que representa às raízes culturais e alimentação da comunidade. Reconhecer que o aipim é um alimento ancestral que atravessa gerações conectando com os povos originários, africanos e quilombola representando identidade, memória e resistência. Enfatizando a lei 10.639/2003 que inclui à História afro-brasileira.

Conceito afro-brasileiro central: Reconhecimento do engenho e da farinha como herança ancestral e a valorização da culinária afro-brasileira e da Comunidade Remanescente Quilombola.

Materiais necessários: Giz, canetão, papel kraft, raíz do aipim, canetinhas, cola, mapa, quadro, tesoura, régua, computador.

Metodologia

Introdução: (10 minutos) roda de conversa mostrar o aipim para os alunos, pergunta se eles conhecem ou já comeram esse alimento? Se tem lembranças familiares de algum prato típico.

Desenvolvimento (25 minutos): O professor leva um griot para contextualizar a importância da farinha como um dos pratos principais da comunidade trazendo suas memórias afetivas em relação a esse prato. Também contando a sua história de infância de quando iria com seus pais produzir a farinha no engenho.

Sistematização (10 minutos) Após a roda de conversa e a troca de saberes da griot. Os alunos fazem perguntas e troca de experiências. Após o bate papo a professora faz uma reflexão: Como o alimento tem o poder de ligar gerações e conectar seus saberes ancestrais?

Avaliação: Observação da compreensão dos alunos sobre a importância da história da nossa alimentação como um resgate cultural, afetivo e ancestral, através da fala da griot.

Obs.: a aula terá continuidade essa e a primeira aula de 4 aulas (45).

Próxima aula: produzir com os alunos uma aula prática onde eles irão trazer um prato típico com o aipim.

Na Terceira e quarta aula fazer uma visita na comunidade onde alunos, professores e comunidade, visitarão o engenho de farinha.

Adaptação para Baixo Recursos: O plano utilizado tem os recursos necessários para as aulas que serão aplicadas.

Obs: Adapte esta aula escolhendo o que representa sua comunidade.

Referência bibliográfica:

BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003.

Título da Aula: A Vassoura de Cipó e a História da Comunidade Quilombola Beco do Caminho Curto

Elaborado pelas acadêmicao: Vanessa do Rosario Farias, Gorete Ap de Oliveira e Dionei Robson da Costa

Plano de aula

Título: A Vassoura de Cipó e a História da Comunidade Quilombola Beco do Caminho Curto

Disciplina: Saberes e fazeres

Público-alvo: 9°ano (Ensino Fundamental)

Objetivo e Aprendizagem: Compreender a importância cultural, histórica e econômica da vassoura de cipó na comunidade quilombola Beco do Caminho Curto. Valorizar saberes ancestrais afro-brasileiros e reconhecer sua continuidade mesmo diante da falta de reconhecimento externo. Estimular o respeito às tradições familiares e comunitárias.

Conceito afro-brasileiro central: Ancestralidade, saber, vivencias, história, artesanato.

História da Vassoura de Cipó na Comunidade Beco do Caminho Curto

Há mais de 45 anos, os ancestrais da comunidade Beco do Caminho Curto começaram a produzir a vassoura de cipó de forma artesanal. Esse trabalho era realizado pelas famílias no quintal enquanto os adultos colhiam, preparavam e trançavam o cipó, as crianças saíam pela região para vender as vassouras, ajudando no sustento do lar.

Esse artesanato foi, por muito tempo, a principal fonte de renda da comunidade. Mesmo assim, em muitas ocasiões as pessoas de fora não reconheciam o valor desse trabalho, tratando-o como simples ou sem importância.

Mas dentro da comunidade, a produção da vassoura sempre foi vista como sabedoria ancestral, força coletiva e dignidade.

Hoje, poucas famílias ainda mantêm essa tradição viva, porque o artesanato segue sendo pouco valorizado e o conhecimento está se perdendo. Ensinar essa história para os alunos ajuda a manter viva a memória e o respeito pelos que abriram caminhos antes de nós.

Metodologias

Acolhida e Apresentação do Tema (10 a 15 min)

Organizar os alunos em círculo.

Apresentar o tema da aula: “Hoje vamos aprender sobre um saber ancestral muito importante nas comunidades quilombolas, especialmente no Beco do Caminho Curto: a vassoura de cipó.”

Mostrar uma imagem ou um exemplar real da vassoura de cipó (se houver).

Perguntar:

“Vocês já viram uma vassoura como essa?”

“Como vocês acham que ela é feita?”

“Quem vocês imaginam que ensinou esse saber?”

Objetivo do passo: despertar curiosidade e ativar conhecimentos prévios.

Contação da História da Comunidade (15 min)

Ler ou narrar oralmente a história da vassoura de cipó na comunidade Beco do Caminho Curto:

A tradição tem mais de 45 anos.

Os primeiros ancestrais iniciaram a produção artesanal.

Enquanto os adultos preparavam e trançavam o cipó, as crianças saíam para vender para ajudar no sustento da família.

Muitas pessoas não valorizavam o trabalho, mas dentro da comunidade ele tinha grande importância.

Hoje poucas famílias continuam essa prática, que está se perdendo pela falta de reconhecimento.

Destacar que essa história faz parte da cultura afro-brasileira e está protegida pela Lei 10.639/03.

Objetivo do passo: reconhecer a dimensão histórica, social e afetiva desse saber ancestral.

Conversa Guiada e Reflexão (10 min)

Conduzir uma conversa simples e direta:

“Por que vocês acham que algumas culturas são valorizadas e outras não?”

“Como vocês acham que era a vida das crianças que vendiam as vassouras?”

“Por que é importante preservar esses saberes?”

“O que a Lei 10.639/03 garante aos estudantes?”

Registrar na lousa palavras importantes como:
ancestralidade, tradição, quilombo, resistência, cultura afro-brasileira, saberes familiares, valorização.

Objetivo do passo: desenvolver pensamento crítico e empatia.

Exposição do Processo Artesanal da Vassoura (10 min)

Apresentar imagens ou explicar oralmente:

Colheita do cipó.

Limpeza e raspagem.

Secagem.

Trançado e amarração.

Uso da vassoura no dia a dia.

Nessa explicação, reforçar o saber transmitido pelos ancestrais e a importância da relação com a natureza.

Objetivo do passo: reconhecer técnicas tradicionais como conhecimento legítimo.

Atividade Prática: Trançado Simbólico (20 a 25 min)

Material: tiras de papel ou fitas (para baixo recurso, papel reciclado serve).

Passo a Passo:

Distribuir às crianças 6–8 tiras de papel.

Ensinar como cruzá-las formando um trançado simples.

Após o trançado, colar as tiras na ponta de um canudo ou palito, simbolizando uma mini vassoura.

Explicar que é apenas uma representação, já que o cipó verdadeiro demanda técnica e conhecimento que não se reproduz na escola.

Objetivo do passo: aproximar o aluno da prática artesanal de forma segura e pedagógica.

.Produção Escrita ou Desenho (15 a 20 min)

Título sugerido:
“O que aprendi com a vassoura de cipó e com a comunidade Beco do Caminho Curto.”

Os alunos podem escolher entre:

Fazer um desenho representando a comunidade e a produção da vassoura
ou

Escrever um pequeno texto com 5 a 10 linhas.

Objetivo do passo: fixar aprendizagem e permitir expressão individual.

Socialização (10 min)

Convidar os alunos (voluntariamente) para mostrar seu desenho ou ler seu texto.

Valorizar cada contribuição.

Reforçar que todos os saberes familiares e culturais têm importância.

Objetivo do passo: fortalecer autoestima e respeito mútuo.

Encerramento com Observação Final (5 a 10 min)

Ler ou apresentar a mensagem final:

As comunidades quilombolas são fundamentais para a história e cultura do Brasil.

Saberes como a vassoura de cipó devem ser reconhecidos e valorizados.

A Lei 10.639/03 garante que todos os alunos aprendam sobre as contribuições afro-brasileiras.

O saber ancestral preserva memória, identidade e fortalece a sociedade como um todo.

É dever da escola ensinar e valorizar essas histórias em todas as faixas etárias.

Objetivo do passo: consolidar a aprendizagem e reforçar a importância da valorização cultural.

Atividade prática simbólica

Alunos criam uma mini vassoura de papel com trançado simples.

Explicar que é só uma representação para entender o processo.

Texto da história da comunidade (o trecho acima pode ser utilizado).

Imagens de vassouras de cipó (ou um exemplar real).

Tiras de papel ou fibras artificiais para simular o trançado.

Cartolina, lápis de cor e canetinhas.

Lousa ou cartaz para registrar ideias.

Análise cultural

Discutir por que algumas culturas são valorizadas e outras não.

Falar sobre respeito, dignidade do trabalho e ancestralidade.

Adaptação para Baixos Recursos

Substituir fotos por desenhos feitos na lousa.

Usar apenas papel reciclado para o trançado.

Caso não seja possível fazer a mini vassoura, trabalhar só com desenho e texto.

Trabalhar a história oralmente, sem necessidade de imagens ou tecnologia.

Observação Final e Encerramento da Aula (com Lei 10.639/03)

As comunidades quilombolas fazem parte da história viva e da formação cultural do Brasil. São territórios construídos pela resistência, pela união familiar e pelos saberes transmitidos de geração em geração. Conhecimentos como a produção da vassoura de cipó preservados há mais de 45 anos na comunidade Beco do Caminho Curto mostram a força dos ancestrais, a criatividade, a relação com a natureza e o valor do trabalho coletivo.

Durante muito tempo, esses saberes foram pouco reconhecidos pela sociedade, apesar de sua grande importância histórica e cultural. Por isso, aprender sobre a cultura afro-brasileira na escola não é apenas um gesto de respeito: é um direito garantido por lei.

A Lei 10.639/03 determina que todas as escolas brasileiras trabalhem a História e a Cultura Afro-Brasileira, reconhecendo o papel fundamental dos povos africanos e afrodescendentes na construção do país. Ao estudarmos a vassoura de cipó, os ancestrais da comunidade Beco do Caminho Curto e a experiência de suas famílias, estamos cumprindo essa lei e ajudando a construir uma escola que valoriza todas as culturas que formam o Brasil.

Encerramos esta aula reforçando que todo saber ancestral tem valor. Os conhecimentos quilombolas devem ser reconhecidos, protegidos e ensinados para todos os alunos e todas as faixas etárias, pois eles ampliam nossa visão de mundo e fortalecem o respeito à diversidade.

Quando valorizamos o que vem dos nossos ancestrais, contribuímos para uma sociedade mais justa, consciente e orgulhosa de suas raízes. Cada aluno deve sair desta aula entendendo que as culturas afro-brasileiras não são passadas são parte viva do presente e do futuro do nosso país.

Título da Aula: Identidade e Resistência: A força da cultura afro-brasileira

Elaborado pelas acadêmicos: Felipe Laerte Carvalho Costa, Suzan Adrieli Grassi

Plano de aula

Título: Identidade e Resistência: A força da cultura afro-brasileira

Disciplina: Ciências Humanas (Filosofia, Sociologia, História e Geografia)

Público-alvo: 1º ano do Ensino Médio

Duração: 45 minutos

Objetivo de aprendizagem:

Reconhecer a importância da identidade cultural afro-brasileira como forma de resistência histórica e valorização das raízes africanas na formação da sociedade brasileira.

Conceito central Afro-brasileiro:

Identidade, resistência e pertencimento.

Materiais necessários:

Cartolina, revistas, tesoura, cola, canetões e folhas sulfite.

Metodologias:

Introdução (10 minutos):

O professor inicia uma conversa com os alunos sobre o que significa “identidade” e “pertencimento”. Em seguida, questiona:
“De que forma a cultura afro-brasileira está presente no nosso dia a dia?”
“Como ela ajudou a formar o Brasil que conhecemos hoje?”

O docente explica brevemente a importância da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira, e destaca que compreender a identidade afro é compreender parte fundamental da identidade brasileira.

Desenvolvimento (25 minutos):

Os alunos são divididos em pequenos grupos e recebem revistas, cartolina e canetões para montar um “Painel da Identidade Afro-Brasileira”. Cada grupo deve selecionar imagens, palavras e expressões que representem a cultura afro-brasileira no cotidiano — como música, religião, culinária, moda, arte e linguagem.

Enquanto os alunos produzem, o professor circula entre os grupos, mediando o diálogo e estimulando a reflexão sobre como a cultura afro-brasileira resiste e se renova ao longo do tempo.

Sistematização (10 minutos):

Cada grupo apresenta brevemente seu painel e compartilha o que aprendeu sobre a presença e importância da cultura afro-brasileira no Brasil. O professor finaliza reforçando que a resistência cultural é uma forma de manter viva a história e os saberes ancestrais.

Em seguida, cada aluno completa a frase:
“A cultura afro-brasileira me ensina que…”

Essas frases podem ser afixadas na parede da sala, formando um mural coletivo da consciência negra.

Avaliação:

A avaliação será feita de forma processual, considerando a participação, o envolvimento nas discussões e a capacidade de reconhecer a contribuição afro-brasileira na formação cultural do Brasil. Será observado se os alunos compreendem o conceito de identidade como algo construído historicamente e culturalmente, e se valorizam as expressões da cultura afro-brasileira como formas de resistência.

Adaptação para Baixos Recursos:

Caso não haja materiais como revistas e cartolinas, o professor pode substituir por desenhos no quadro ou em folhas reaproveitadas. Os alunos podem escrever palavras ou expressões relacionadas à cultura afro-brasileira e organizar um mural coletivo simples. O essencial é promover o diálogo e a valorização das identidades afro-brasileiras, mesmo com recursos limitados.